Revista Tempo Psicanalítico https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico <div> <p><strong>Linha editorial</strong></p> <p>Tempo Psicanalítico é um periódico científico semestral da SPID-Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle. Seu objetivo é publicar investigações/desenvolvimentos teóricos, relatos de pesquisa, debates, entrevistas e resenhas que contenham análises, críticas e reflexões sobre temas, fatos e questões a partir do referencial psicanalítico. Publica também artigos voltados à interlocução entre a psicanálise e outros campos do saber, como a filosofia e as ciências sociais, igualmente dedicados ao pensamento sobre a sociedade e a cultura. As propostas para publicação devem ser originais, não tendo sido publicadas em qualquer outro veículo do país. Publicam-se artigos em quatro línguas: português, espanhol, inglês e francês.</p> <p> </p> <p><strong>Editorial line </strong></p> <p> </p> <p>Tempo Psicanalítico is a biannual journal of SPID-Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle. Our goal is to publish research / theoretical developments, research reports, debates, interviews and reviews that contain analyzes, critiques and reflections on issues, events and issues from psychoanalysis. It also publishes articles focused on the dialogue between psychoanalysis and other fields of knowledge, such as philosophy and social sciences, also dedicated to thinking about society and culture. Proposals for publication must be original and has not been published in any other vehicle in the country. Articles are published in four languages: portuguese, spanish, english and french.</p> </div> Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle pt-BR Revista Tempo Psicanalítico 0101-4838 Entre a neurose e a psicose: reflexões sobre a recusa e o fetiche a partir do paciente AB de Freud https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/860 <p>O artigo propõe uma reflexão sobre as relações estabelecidas entre o mecanismo psíquico da Recusa e a eleição de um objeto fetiche com a percepção da realidade da castração pela criança. Para tal, baseia-se no processo clínico conduzido por Freud com seu paciente AB, majoritariamente reconstruído a partir da correspondência com seu amigo, o pastor Pfister. Baseando-se em noções freudianas e winnicottianas, o artigo sustenta a hipótese que podemos entender a Recusa e a eleição de um objeto fetiche como operadores psíquicos e emocionais que sustentam o estabelecimento de uma posição subjetiva intermediária entre a neurose e a psicose. Caracterizando-se como um movimento defensivo frente a ameaça de castração, tal processo, por um lado impede AB de se inserir na cadeia de substituições simbólicas neuróticas e, simultaneamente, o protege do desencadeamento de uma desorganização psicótica.</p> <p><br />Palavras-chave: Recusa; Fetiche; Paciente AB; Neurose; Psicose</p> Nadja Nara Barbosa Pinheiro Copyright (c) 2025 2025-04-23 2025-04-23 57 860 10.71101/rtp.57.860 Alargando a escuta: Revisitando a clínica face a uma cultura em transformação https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/930 <p><strong>RESUMO</strong></p> <p>A revisão do pensamento psicanalítico, em maior ou menor grau, sempre acompanhou o processo de seu desenvolvimento. Inúmeros conceitos não poderiam ser produzidos se não ocorresse uma problematização sistemática de sua prática e dos pilares que os balizam. Todavia, ainda hoje, persiste uma série de anacronismos que se configuram como obstáculos poderosos para a construção de um pensamento psicanalítico mais vivo e atual. Pretendo aqui esboçar uma teorização que porte um sentido mais estreito com os fenômenos coletivos contemporâneos, cuja tônica é uma cultura em radical transformação. Meu ponto de partida será o conceito de traumático, com o objetivo de fazer-lhe um recorte e articulá-lo com certos fenômenos da cultura. Entendo que o traumático pode ser tomado como uma espécie de índice para algo que ocorre na sociedade, constituindo-se como uma modalidade de reação frente a ela. Assim, quero ressaltar a dimensão traumática não só como uma expressão do sofrimento psíquico (marcado pela dimensão do transbordamento e do excesso), mas como uma espécie de índice a denunciar a violência de inúmeros imperativos sociais, responsáveis pela produção de efeitos deletérios na vida psíquica.</p> <p> </p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Desmentido, traumático, violência.</p> André Soares Pereira Avelar Copyright (c) 2025 2025-04-23 2025-04-23 57 930 10.71101/rtp.57.930 De Lacan a Ferenczi. Por uma polética da psicanálise https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/933 <p>A partir da verificação da importância do conceito de história na obra de Jacques Lacan, buscamos situar o lugar que ocupa nela a contribuição de Sándor Ferenczi. Para tanto, começamos estudando a inscrição do sintagma “pulsão de morte” em seus escritos, como também nos textos de Sigmund Freud, enquanto apontamos seu lugar fundador na teoria de Lacan. Além das consequências teóricas destas comparações, constatamos problemas maiores de tradução dificultando o estabelecimento da relação lógica entre as obras de Ferenczi e de Lacan. Reproduzimos este exercício epistemológico examinando a incidência de um outro texto de Ferenczi tanto em suas relações com Freud quanto no que ele inspira Lacan. Tratando de problemas técnicos, este texto tem importante incidência na história da psicanálise. Max Eitingon e Franz Alexander realizam em Berlim experiências psicanalíticas a partir deste texto de Ferenczi. Entre outras coisas, fazem variar a duração e o ritmo das sessões. Imigrando para os Estados Unidos, Alexander recomeça tais experiências em Chicago, sempre evocando Ferenczi. Mostramos ainda mais, mostramos que, através de Alexander, é Ferenczi que marca Lacan. Antes de retomar seu seminário sobre os nomes do pai com o título agora de “os não-tolos erram” (foneticamente, les non-dupes errent), Lacan encontra Imre Herman em Budapeste e têm uma longa conversa sobre Ferenczi. Trabalhando este último texto de Ferenczi, assinalamos enfim problemas maiores de tradução. Definimos então uma polética da tradução que se confunde com aquela da psicanálise. A polética reúne as clínicas psicanalíticas, suas histórias, suas políticas enquanto atos performativos e reflexivos necessariamente transitivos entre real, imaginário, simbólico, eles próprios históricos.</p> <p><strong> </strong></p> <p><strong>Palavras-chave</strong></p> <p>Lacan; Ferenczi; história; tradução; poléthique.</p> Luiz Eduardo Prado de Oliveira Copyright (c) 2025 2025-04-23 2025-04-23 57 933 10.71101/rtp.57.933 Travessia – da escuta adestrada ao psicanalista periphérico: Quando a centralidade vira margem https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/945 <p>O texto explora como a psicanálise pode romper com paradigmas hegemônicos para se enraizar em contextos periféricos. A partir da interseção entre psicanálise, racismo estrutural, capitalismo e patriarcado, o texto posiciona a periferia como um espaço de resistência cultural e produção subjetiva. Com contribuições de Lélia Gonzalez, a análise conecta a “amefricanidade” às noções de sinthoma e lalangue em Lacan, propondo uma escuta que valoriza as narrativas marginalizadas e desafia estruturas opressoras. O psicanalista periférico é apresentado como agente de transformação social e subjetiva, capaz de amplificar vozes e experiências das margens. Essa abordagem subverte a lógica colonial, propondo uma psicanálise que ressignifica o sofrimento como potência de resistência e reinvenção.</p> Ronald Lopes Jairo Carioca de Oliveira Copyright (c) 2025 2025-02-12 2025-02-12 57 945 10.71101/rtp.57.945