https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/issue/feed Revista Tempo Psicanalítico 2025-05-30T12:23:56-03:00 Pedro Laureano Sobrino pedro@laureanopsi.com.br Open Journal Systems <div> <p><strong>Linha editorial</strong></p> <p>Tempo Psicanalítico é um periódico científico semestral da SPID-Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle. Seu objetivo é publicar investigações/desenvolvimentos teóricos, relatos de pesquisa, debates, entrevistas e resenhas que contenham análises, críticas e reflexões sobre temas, fatos e questões a partir do referencial psicanalítico. Publica também artigos voltados à interlocução entre a psicanálise e outros campos do saber, como a filosofia e as ciências sociais, igualmente dedicados ao pensamento sobre a sociedade e a cultura. As propostas para publicação devem ser originais, não tendo sido publicadas em qualquer outro veículo do país. Publicam-se artigos em quatro línguas: português, espanhol, inglês e francês.</p> <p> </p> <p><strong>Editorial line </strong></p> <p> </p> <p>Tempo Psicanalítico is a biannual journal of SPID-Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle. Our goal is to publish research / theoretical developments, research reports, debates, interviews and reviews that contain analyzes, critiques and reflections on issues, events and issues from psychoanalysis. It also publishes articles focused on the dialogue between psychoanalysis and other fields of knowledge, such as philosophy and social sciences, also dedicated to thinking about society and culture. Proposals for publication must be original and has not been published in any other vehicle in the country. Articles are published in four languages: portuguese, spanish, english and french.</p> </div> https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/945 Travessia – da escuta adestrada ao psicanalista periphérico: Quando a centralidade vira margem 2024-12-08T14:38:58-03:00 Ronald Lopes ronald.lopes80@gmail.com Jairo Carioca de Oliveira jairocarioca.jc@gmail.com <p>O texto explora como a psicanálise pode romper com paradigmas hegemônicos para se enraizar em contextos periféricos. A partir da interseção entre psicanálise, racismo estrutural, capitalismo e patriarcado, o texto posiciona a periferia como um espaço de resistência cultural e produção subjetiva. Com contribuições de Lélia Gonzalez, a análise conecta a “amefricanidade” às noções de sinthoma e lalangue em Lacan, propondo uma escuta que valoriza as narrativas marginalizadas e desafia estruturas opressoras. O psicanalista periférico é apresentado como agente de transformação social e subjetiva, capaz de amplificar vozes e experiências das margens. Essa abordagem subverte a lógica colonial, propondo uma psicanálise que ressignifica o sofrimento como potência de resistência e reinvenção.</p> 2025-02-12T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/933 De Lacan a Ferenczi. Por uma polética da psicanálise 2024-07-22T10:31:16-03:00 Luiz Eduardo Prado de Oliveira pradodeoliveira@free.fr <p>A partir da verificação da importância do conceito de história na obra de Jacques Lacan, buscamos situar o lugar que ocupa nela a contribuição de Sándor Ferenczi. Para tanto, começamos estudando a inscrição do sintagma “pulsão de morte” em seus escritos, como também nos textos de Sigmund Freud, enquanto apontamos seu lugar fundador na teoria de Lacan. Além das consequências teóricas destas comparações, constatamos problemas maiores de tradução dificultando o estabelecimento da relação lógica entre as obras de Ferenczi e de Lacan. Reproduzimos este exercício epistemológico examinando a incidência de um outro texto de Ferenczi tanto em suas relações com Freud quanto no que ele inspira Lacan. Tratando de problemas técnicos, este texto tem importante incidência na história da psicanálise. Max Eitingon e Franz Alexander realizam em Berlim experiências psicanalíticas a partir deste texto de Ferenczi. Entre outras coisas, fazem variar a duração e o ritmo das sessões. Imigrando para os Estados Unidos, Alexander recomeça tais experiências em Chicago, sempre evocando Ferenczi. Mostramos ainda mais, mostramos que, através de Alexander, é Ferenczi que marca Lacan. Antes de retomar seu seminário sobre os nomes do pai com o título agora de “os não-tolos erram” (foneticamente, les non-dupes errent), Lacan encontra Imre Herman em Budapeste e têm uma longa conversa sobre Ferenczi. Trabalhando este último texto de Ferenczi, assinalamos enfim problemas maiores de tradução. Definimos então uma polética da tradução que se confunde com aquela da psicanálise. A polética reúne as clínicas psicanalíticas, suas histórias, suas políticas enquanto atos performativos e reflexivos necessariamente transitivos entre real, imaginário, simbólico, eles próprios históricos.</p> <p><strong> </strong></p> <p><strong>Palavras-chave</strong></p> <p>Lacan; Ferenczi; história; tradução; poléthique.</p> 2025-04-23T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/930 Alargando a escuta: Revisitando a clínica face a uma cultura em transformação 2024-07-22T17:51:46-03:00 André Soares Pereira Avelar andreavelar73@gmail.com <p><strong>RESUMO</strong></p> <p>A revisão do pensamento psicanalítico, em maior ou menor grau, sempre acompanhou o processo de seu desenvolvimento. Inúmeros conceitos não poderiam ser produzidos se não ocorresse uma problematização sistemática de sua prática e dos pilares que os balizam. Todavia, ainda hoje, persiste uma série de anacronismos que se configuram como obstáculos poderosos para a construção de um pensamento psicanalítico mais vivo e atual. Pretendo aqui esboçar uma teorização que porte um sentido mais estreito com os fenômenos coletivos contemporâneos, cuja tônica é uma cultura em radical transformação. Meu ponto de partida será o conceito de traumático, com o objetivo de fazer-lhe um recorte e articulá-lo com certos fenômenos da cultura. Entendo que o traumático pode ser tomado como uma espécie de índice para algo que ocorre na sociedade, constituindo-se como uma modalidade de reação frente a ela. Assim, quero ressaltar a dimensão traumática não só como uma expressão do sofrimento psíquico (marcado pela dimensão do transbordamento e do excesso), mas como uma espécie de índice a denunciar a violência de inúmeros imperativos sociais, responsáveis pela produção de efeitos deletérios na vida psíquica.</p> <p> </p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Desmentido, traumático, violência.</p> 2025-04-23T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/682 O desamparo e as respostas do sujeito: uma leitura do texto freudiano “A negação” 2023-11-01T09:46:55-03:00 Magali Milene Silva magalimilene@ufsj.edu.br <p>O presente artigo visa discutir o texto freudiano de 1925, “A negação”, situando três diferentes níveis para pensar a negação: no discurso em análise, endereçado ao analista; na estrutura clínica (neurose, perversão e psicose), como efeito de modos de negação; na estrutura da linguagem, fundamentada em um hiato. Trata-se, pois, de uma investigação teórica de cunho psicanalítico e, nesse percurso, conceitos fundamentais da psicanálise são trabalhados em sua relação com a negação constitutiva da estrutura da linguagem e com a negação constitutiva das estruturas clínicas. Conclui-se, por um lado, que a noção de negação é fundamental para o alicerce teórico freudiano, nos diferentes níveis em que se apresenta, sendo importante diferenciá-los para que não se perca o rigor teórico na passagem de um ao outro. Por outro lado, a noção de negação é importante para a direção da prática clínica psicanalítica, uma vez que o processo de uma análise se faz pelo atravessamento do mecanismo de negação, por meio do vislumbre de algo do negado e da invenção de modos de manejo que ultrapassem a posição ética/epistemológica primordialmente adotada como negação da castração.<br />Palavras-chave: Negação; Freud; estrutura clínica.</p> 2025-05-22T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Tempo Psicanalítico https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/860 Entre a neurose e a psicose: reflexões sobre a recusa e o fetiche a partir do paciente AB de Freud 2025-04-15T08:54:20-03:00 Nadja Nara Barbosa Pinheiro nadjanbp@hotmail.com <p>O artigo propõe uma reflexão sobre as relações estabelecidas entre o mecanismo psíquico da Recusa e a eleição de um objeto fetiche com a percepção da realidade da castração pela criança. Para tal, baseia-se no processo clínico conduzido por Freud com seu paciente AB, majoritariamente reconstruído a partir da correspondência com seu amigo, o pastor Pfister. Baseando-se em noções freudianas e winnicottianas, o artigo sustenta a hipótese que podemos entender a Recusa e a eleição de um objeto fetiche como operadores psíquicos e emocionais que sustentam o estabelecimento de uma posição subjetiva intermediária entre a neurose e a psicose. Caracterizando-se como um movimento defensivo frente a ameaça de castração, tal processo, por um lado impede AB de se inserir na cadeia de substituições simbólicas neuróticas e, simultaneamente, o protege do desencadeamento de uma desorganização psicótica.</p> <p><br />Palavras-chave: Recusa; Fetiche; Paciente AB; Neurose; Psicose</p> 2025-04-23T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/853 Quando o saber encontra a verdade: os efeitos do discurso do analista 2024-07-12T22:15:23-03:00 Helena de Almeida Cardoso Caversan helenacaversan@gmail.com Mardem Leandro Silva mardemls@yahoo.com.br <p>Por meio de uma proposta metodológica de investigação teórica de cunho psicanalítico, objetiva-se analisar o efeito da operação do saber em termos de verdade na produção de um novo sentido, a partir do discurso do analista. A teoria lacaniana dos discursos é apresentada no <em>Seminário 17</em>, com o intuito de dar forma discursiva ao que figura como impossível dos laços sociais. Dentre os elementos que os compõem, o saber e a verdade destacam-se pelo caráter de incompletude que comportam, sendo justamente no discurso do analista que ambos se encontram, constituindo o que Lacan considera como a estrutura da interpretação. Nesses termos, o discurso do analista aparece enquanto o único a denunciar a não onipotência do saber, ao colocá-lo na posição da verdade discursiva, exigindo um componente criativo e singular do próprio sujeito. Ao colocar em xeque os discursos que pretendem ser totais – como os discursos políticos, religiosos ou da própria ciência – a psicanálise evidencia, portanto, que não há saber possível que seja capaz de conquistar as entranhas da verdade.</p> <p><br />Palavras-chave: Discurso do Analista, Psicanálise, Saber, Sujeito, Verdade.</p> 2025-05-22T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/836 Do abuso sexual intrafamiliar ao testemunho: depoimento especial e reparação psíquica 2024-07-23T13:00:08-03:00 Sandra Pinto Levy sandra.pintolevy@gmail.com Rebeca Nonato Machado recanm@gmail.com Maíra Bonafé Sei mairabonafe@gmail.com Renata Machado de Mello renatamello@gmail.com <p>Objetivamos analisar demandas de reparação psíquica do trauma por abusos intrafamiliares, sobretudo sexuais, no contexto do Judiciário, durante o Depoimento Especial. Trata-se de um estudo qualitativo, a partir da análise de cinco audiências com duas crianças e três adolescentes vítimas de abusos, no contexto intrafamiliar. As narrativas das vítimas em Depoimento Especial foram submetidas à análise clínico-qualitativa. A discussão teórica, na perspectiva psicanalítica, foi problematizada por meio de vinhetas ilustrativas dos Depoimentos Especiais. Abordamos a relevância de sustentar uma escuta sensível à narrativa do trauma, no momento do testemunho da vítima no contexto do Judiciário, a fim de favorecer a elaboração psíquica do trauma. Entendemos que este trabalho abre caminho para que o psicólogo realize intervenções pautadas na lógica do cuidado durante a audiência propriamente dita, buscando oferecer condições a futuras transformações da vivência traumática.</p> <p><br />Palavras-chave: Depoimento especial, abuso sexual, reparação, trauma, escuta psicológica.</p> 2025-05-22T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/783 O sujeito entre acaso e contingência: uma interlocução com Lacan e Meillassoux 2025-02-18T07:20:58-03:00 Bernardo Sollar Godoi bernardosollar@gmail.com Gilson Iannini gilsoniannini@yahoo.com.br <p>Questões relativas à repetição e às ocorrências imprevistas fazem parte do relato da história de vida de um sujeito e do trabalho analítico. Sabemos também que esse assunto encontra ressonância nas articulações sobre acaso, contingência e probabilidade, exploradas em diversos momentos da obra lacaniana, sempre em diálogo com algum aporte epistêmico. A nossa proposta, neste ensaio, é trabalhar essa problemática em interlocução com o trabalho de Quentin Meillassoux. A filosofia especulativa, impulsionada principalmente a partir do lançamento de <em>Après la finitude</em>, de Meillassoux, vem ganhando destaque por catalisar novas discussões acerca da ontologia e do realismo. Nesse trabalho do filósofo, o problema da causalidade, tal como formulado por Hume, desempenha um papel fundamental nas definições de acaso e contingência. Tendo isso em vista, o escopo deste texto é articular as elaborações de Lacan e Meillassoux, explorando as implicações da solução especulativa ao problema de Hume para uma definição de sujeito. Para tanto, revisitamos as considerações lacanianas acerca de <em>tiquê</em> e <em>autômaton</em>, bem como o recurso à teoria dos jogos, presentes em seus seminários da década de 1960, como forma de desenvolver uma definição do sujeito entre acaso e contingência.</p> <p><br />Palavras-chave: Causalidade; jogo; Meillassoux; psicanálise; realismo especulativo.</p> 2025-05-21T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/947 Encontros e desencontros: a pulsão de morte em Freud e Ferenczi 2025-05-01T16:35:36-03:00 André Bomfim Pereira Luz andrebpl@yahoo.com.br Pedro Sobrino Lareano pedro@laureanopsi.com.br <p><span style="font-weight: 400;">O artigo objetivou, por meio da revisão bibliográfica, avaliar as possibilidades de aproximação e distanciamento do conceito de pulsão de morte nas obras de Freud e Ferenczi. Tomando como base as obras irmãs, <em>Além do princípio do prazer</em> e <em>Thalassa</em>, pode-se apontar que a pulsão de morte como tendência constitucional para o zero de tensão é incompatível com a regressão talássica, pois há nessas concepções temas centrais da metapsicologia de cada um dos autores: morte e vida, constituição e ambiente, retorno ao inorgânico e a regressão a um estado consubstancial com o meio. E essa diferença fundamental marca uma separação metapsicológica dos autores quanto ao conceito de pulsão de morte. </span></p> <p><strong>Palavras-chave</strong><span style="font-weight: 400;">: pulsão de morte, regressão, Freud, Ferenczi </span></p> 2025-05-22T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/644 Dor crônica e laço social: considerações psicanalíticas 2025-02-22T04:17:05-03:00 Ludmila Madeira Jesus ludmila.madeira@ufu.br João Luiz Leitão Paravidini paravidini@ufu.br Anamaria Silva Neves anamaria.neves@ufu.br <p>A dor crônica apresenta-se como uma experiência interna que, ao se inscrever na economia psíquica, traz grandes implicações subjetivas e passa a desempenhar importantes funções na vida do sujeito. Essas implicações podem se estender aos seus enredamentos no corpo social, gerando aproximações e distanciamentos. À vista disso, este estudo teve por objetivo discutir a relação entre dor crônica e laço social, no que se refere às possibilidades de articulação que vão além da dor em seu caráter de silêncio e isolamento. Para tanto, foram analisados cinco grupos públicos de uma rede social da internet que funcionam como comunidades para pessoas com dor crônica. Quanto ao referencial teórico e metodológico, essa pesquisa ancorou-se no método psicanalítico. Como resultado, constatou-se que, no caso da dor crônica, existem possibilidades de aproximação ao corpo social assentadas em processos identificatórios relacionados ao diagnóstico e ao campo da medicina. Os grupos de apoio, que parecem funcionar como comunidades de gozo, configuram-se como uma experiência produtiva de determinação em que os participantes buscam estabilizar o que na fibromialgia é indeterminado. Ademais, o movimento de retraimento do sujeito no campo do trabalho, das relações sociais e amorosas se destacou a partir das identificações trabalhadas e de sua posição de consumidor de tratamentos.</p> 2025-05-22T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Tempo Psicanalítico https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/872 Historiografia da psicanálise brasileira. Ensaio metodológico em um estudo de caso 2025-04-27T06:51:51-03:00 Fuad Kyrillos Neto fuadneto@ufsj.edu.br <p>O manuscrito tem como objetivo a oferta de subsídios para a construção de uma metodologia de pesquisa historiográfica que nos permita proceder a uma análise crítica das cisões em instituições psicanalíticas. Para tanto, valemo-nos das análises de entrevistas realizadas com analistas que se envolveram em movimentos, os quais culminaram em rupturas em instituições de psicanálise, do audiovisual de uma longeva instituição de psicanálise e de artigos publicados no periódico dessa instituição, que abordam sua trajetória e uma entrevista com um de seus fundadores. Propomos, no desenvolvimento da baliza metodológica, a utilização de saberes atinentes à sociologia e à ciência histórica, especificamente a sociologia de Bourdieu e a história traumática em suas relações com a psicanálise. A investigação parte de questões éticas, visando à obtenção de respostas êmicas a partir do<em> corpus</em> teórico psicanalítico. A análise do material revela que a disputa pelo acúmulo de capital simbólico, que garanta a hegemonia nesse campo, utiliza como artifício a faceta alienante da transferência. Essa variante é possibilitada pelo manejo transferencial do analista, o qual ocupa o lugar do objeto, que causa o desejo do outro.</p> <p>Palavras-chave: Metodologia, historiografia, psicanálise.</p> 2025-05-22T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/787 Uma leitura psicanalítica da desumanização na incitação ao linchamento 2025-02-19T10:04:59-03:00 Amanda Mont'Alvão Veloso Rabelo amanda.monveloso@gmail.com <p>Este artigo, de cunho teórico e com referenciais psicanalíticos sobre as relações entre sujeito, inconsciente e alteridade, busca apontar para as relações entre o linchamento e a desumanização de seus alvos. O linchamento é um ato criminoso que envolve homicídio e lesão corporal, oposto à Justiça e passível de condenação formal. Chama a atenção que suas ocorrências sejam frequentes no Brasil – foram 1.179 registros entre 1980 e 2006, segundo o Núcleo de Estudos da Violência (NEV), da Universidade de São Paulo (USP) – e apresentem, segundo Natal (2015), respaldo social mediante a ausência de depoimentos de testemunhas e de investigações aprofundadas. O aspecto irreversível da violência é flagrante, já que menos da metade (44,6%) das vítimas consegue ser salva, conforme levantamento de Martins (2019). Trata-se de uma manifestação coletiva e ilegal de violência empreendida com o objetivo de punição. Seus alvos são indivíduos suposta ou efetivamente acusados de um crime ou, em determinadas regiões, “identificados com movimentos ou estigmas de ordem política e racial”, como esclarece Benevides (1982). Diante da monstruosidade atribuída a algumas vítimas de linchamentos, bem como a violência e desfiguração a que são submetidas, surge a pergunta sobre as origens da desumanização discursiva que antecede alguns destes crimes.</p> <p> </p> <p>Palavras-chave: Linchamento; inconsciente; alteridade; desumanização.</p> 2025-05-22T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/881 Versões do pai na anorexia: da recusa do aperitivo à gula do Supereu 2025-03-17T05:30:59-03:00 Dayane Costa de Souza Pena dayanecspena@gmail.com Cristina Moreira Marcos cristinammarcos@gmail.com <p>Neste artigo, propomos abordar como se articulam duas versões do pai na anorexia, a saber: o pai como aperitivo (<em>a-père-itif</em>) e como Supereu. O pai, que faz a sua entrada na vida psíquica através do mecanismo da incorporação, não pode ter a sua função desatrelada do gozo. Desse modo, de um lado temos o pai em sua versão aperitiva do gozar, que ao saber se servir de um certo gozo (sexual) pode colocar em cena a causa do seu desejo – configurando aí a sua transmissão. Do outro lado, temos o Supereu como a nostalgia de um pai primitivo, de um gozo absoluto e impossível, que submete o sujeito a um imperativo de gozo sem limites. A relação que a anoréxica estabelece com o alimento já nos permite considerar que haveria aí uma dificuldade ou mesmo uma impossibilidade de incorporação do pai em sua versão aperitiva do gozar, tornando improvável que uma perda do objeto (<em>a</em>) se efetive para o sujeito. Então a anorexia denunciaria o que falha na metáfora paterna a partir do retorno do objeto no real; enquanto mantém a boca cheia com o nada, ela expõe as trilhas de um Supereu voraz, que ao invés de funcionar a favor da causa de um desejo, revela-se como puro imperativo de gozo – diga-se de passagem, um gozo autoerótico e canibalístico. Para enriquecer o nosso debate, optamos por também nos valer aqui do filme <em>Tem um vidro sob minha pele</em> (2014) da diretora brasileira Moara Passoni. Assim, realizamos aproximações e tensionamentos entre os elementos cinematográficos e as discussões teórico-clínicas da psicanálise que muito contribuíram para uma elucidação acerca das versões do pai na anorexia.</p> <p>Palavras-chave: Anorexia, versões do pai, aperitivo, Supereu, gozo.</p> 2025-06-02T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/948 “Sou professor”. Entrevista com Paulo Vidal 2025-05-30T12:23:56-03:00 Thyell de Mattos Mascarenhas thyellmm10@hotmail.com Talita Baldin talita.baldin@castelobranco.br <p>Nesta entrevista, realizada no âmbito de um trabalho de grupo sobre pesquisa acadêmica em uma disciplina do curso de Psicologia, o Psicanalista e professor Paulo Vidal responde a questões sobre a natureza da pesquisa científica, as diferenças entre Psicologia e Psicanálise, a relação entre clínica e pesquisa, e o estatuto da psicanálise como profissão. Constitui-se enquanto um testemunho da generosidade e da humanidade que lhe eram tão características.</p> <p>Palavras chave: pesquisa; psicanalise; academia; formação; profissão.</p> 2025-05-30T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025