Como se inicia o tratamento psicanalítico? Algumas considerações freudianas sobre a construção da hipótese diagnóstica
Resumo
Este artigo foi produzido no âmbito de uma pesquisa de mestrado, cujo objetivo era investigar a especificidade da orientação psicanalítica no início do tratamento, com ênfase no trabalho de formulação de hipóteses diagnósticas. Parte da constatação de que é um desafio para o supervisor e para o analista em treinamento transmitir e apropriar-se, respecitivamente, das ferramentas conceituais que permitam distinguir neurose obsessiva e melancolia, tendo em vista que a direção a dar ao tramento não é a mesma na neurose e na psicose. O risco de desencadeamentos e passagens ao ato cerca o ato analítico quando as entrevistas preliminares no início do tratamento não são levadas suficientemente a sério. Para avançarmos nesta precaução clínica, abordamos sistematicamente as distinções entre os quadros clínicos de luto e de melancolia, bem como o diagnóstico diferencial entre neurose obsessiva e melancolia, destacando a atualidade de estados melancoliformes em casos de neurose e psicose que conduzem à dúvida diagnóstica.