Considerações sobre o trabalho do analista com o autismo a partir da psicanálise lacaniana

Autores

Palavras-chave:

autismo, psicanálise, linguagem, trabalho do analista,

Resumo

Convivem dentro da psicanálise lacaniana várias posições sobre o modo de estruturação psíquica no autismo e sobre o trabalho do analista com esses sujeitos. É preciso considerar que a pluralidade das formas dos autistas estarem na linguagem e modo com que se enlaçam ao Outro traz especificidades para o âmbito clínico, permanecendo como um campo aberto à pesquisa. Buscamos trazer algo da heterogeneidade das intervenções do analista a partir do entendimento de que o autista está na linguagem mas no não discurso. Abordamos a particular relação dos autistas com a fala e com a enunciação e discutimos o lugar que o analista deve ocupar na direção do tratamento, o que ele pode oferecer-lhes, o que ele pode dizer-lhes. Concluímos que o analista deve, sobretudo, sustentar uma posição de abertura ao inesperado, não recuar frente ao real da linguagem e apostar na possibilidade de invenções singulares.

Biografia do Autor

Patrícia Simões de Almeida Justo da Silva Werner

Mestra em psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina/BR, com a pesquisa "Autismo: posição política da psicanálise lacaniana". Graduada em psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina/BR. Psicanalista Adjunta da Maiêutica Florianópolis Instituição de Psicanálise. 

Vitor Augusto Werner dos Reis, Doutorando no programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)

Doutorando do Programa de Pós Graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL. Mestre em linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina, com a pesquisa: Os lugares ocupados pelo caso Dora nos quatro discursos lacanianos. Graduado em psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Psicanalista membro da Maiêutica Florianópolis Instituição de Psicanálise. 

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Publicado

2023-09-29

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Artigos