Considerações sobre o trabalho do analista com o autismo a partir da psicanálise lacaniana
Palavras-chave:
autismo, psicanálise, linguagem, trabalho do analista,Resumo
Convivem dentro da psicanálise lacaniana várias posições sobre o modo de estruturação psíquica no autismo e sobre o trabalho do analista com esses sujeitos. É preciso considerar que a pluralidade das formas dos autistas estarem na linguagem e modo com que se enlaçam ao Outro traz especificidades para o âmbito clínico, permanecendo como um campo aberto à pesquisa. Buscamos trazer algo da heterogeneidade das intervenções do analista a partir do entendimento de que o autista está na linguagem mas no não discurso. Abordamos a particular relação dos autistas com a fala e com a enunciação e discutimos o lugar que o analista deve ocupar na direção do tratamento, o que ele pode oferecer-lhes, o que ele pode dizer-lhes. Concluímos que o analista deve, sobretudo, sustentar uma posição de abertura ao inesperado, não recuar frente ao real da linguagem e apostar na possibilidade de invenções singulares.
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